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terça-feira, 6 de setembro de 2016

Qualquer um pode falar em Golpe ...

... certamente terá quem acredite, e espalhe como verdade . É portanto preciso que aquele que fala tenha autoridade  para que seja verossímil o que diz . O Cardosão e seus gatos azuis não entram no meu entender nesse grupo ... nem a Dilma que é como ré parte interessada . Vinda do meu Amigo F. Beauclair chegou à mim a opinião de um Ás de esquerda cuja opinião me parece bem valiosa : passo a palavra ao Fernando Gabeira :

   ENCAMINHO O ARTIGO ABAIXO "ENFIM, O GOLPE", DE FERNANDO GABEIRA.
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     TRANSCREVO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL: "ART. 52. COMPETE PRIVATIVAMENTE AO SENADO FEDERAL: I - PROCESSAR E JULGAR O PRESIDENTE (...) DA REPÚBLICA NOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE (...) Parágrafo único - NOS CASOS PREVISTOS NOS INCISOS I (...) FUNCIONARÁ COMO PRESIDENTE O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, LIMITANDO-SE À CONDENAÇÃO, QUE SOMENTE SERÁ PROFERIDA POR DOIS TERÇOS DOS VOTOS DO SENADO FEDERAL À PERDA DO CARGO, COM INABILITAÇÃO, POR OITO ANOS, PARA O EXERCÍCIO DE FUNÇÃO PÚBLICA, SEM PREJUÍZO DAS DEMAIS SANÇÕES JUDICIAIS CABÍVEIS."

     Sem tergiversações, o texto é bem claro, devendo o Presidente do STF "limitar-se à condenação", não lhe cabendo decidir por duas votações, uma vez obtidos os dois terços dos votos previstos. Não há margem para outra interpretação senão a de que a condenação compreende "a perda do cargo com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública."  


                                                                                                                   

Enfim, o Golpe.

 Por Fernando Gabeira.


    Depois de tantos meses de disputas, negociatas e articulações, o dia D do impeachment de Dilma Roussef chegou e enfim tivemos um golpe no Brasil. Mas para a surpresa minha, sua e do mundo, não houve o golpe tão propalado pelos defensores do governo Dilma, mas sim um outro golpe. Na verdade um golpe de mestre, orquestrado e costurado à sorrelfa, ou como se diz hoje em dia, na miúda, por gente graúda. Muito graúda. Se vocês não têm essa ideia com clareza ainda, vamos aos fatos.
    Mesmo sabedor da circunstância de que o impeachment estava sacramentado, Lula continuava trabalhando forte nos bastidores. Hoje soubemos o motivo. Não era para evitar o impeachment coisa nenhuma, mas sim para evitar a inabilitação de Dilma.
     Segunda pergunta mais importante: quem ganha com o golpe de hoje? Ao menos dois grandes grupos de pessoas: 1) Dilma, PT e todo mundo que trabalhava no discurso do golpe, que agora para sempre poderá dizer que “ah, tanto foi um golpe que ela sequer foi condenada – fica óbvio que ela não cometeu nenhum crime e o único intuito era tirá-la”; e 2) Cunha e todos os demais parlamentares (PMDB em peso) que estão correndo o risco de perderem o mandato, especialmente em épocas de Lava-Jato – não perdendo os direitos políticos, eles poderão concorrer a novas eleições em breve e, por consequência, manter prerrogativas de foro.
    Primeira pergunta mais importante: quem participou desse Golpe, além de Lula? Temos todos os nomes, então vamos lá: José Eduardo Cardozo, óbvio; Renan Calheiros, óbvio; Ricardo Lewandowski, óbvio (que já estava com a decisão pronta e redigida, segundo ele porque a possibilidade daquela questão já vinha sendo abordada pela imprensa – aqui, oh!) e obviamente, todos os outros senadores que votaram pelo impeachment, mas não pela inabilitação ou que se abstiveram em relação à segunda, quais sejam: Acir Gurgacz (PDT-RO), Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), Cidinho Santos (PR-MT), Cristovam Buarque (PPS-DF), Edison Lobão (PMDB-MA), Eduardo Braga (PMDB-AM), Hélio José (PMDB-DF), Jader Barbalho (PMDB-PA), João Alberto Souza (PMDB-MA), Raimundo Lira (PMDB-PB), Renan Calheiros (PMDB-AL), Roberto Rocha (PSB-MA), Ro se de Freitas (PMDB-ES), Telmário Mota (PDT-RR), Vicentinho Alves (PR-TO), Wellington Fagundes (PR-MT), Eunício Oliveira (PMDB-CE), Maria do Carmo Alves (DEM-SE) e Valdir Raupp (PMDB-RO).
     É amigos, temos que dar a mão à palmatória. A ideia foi genial. Tudo foi feito na surdina e ninguém da imprensa – pelo menos que eu tenha lido – antecipou essa possibilidade. E vejam a sofisticação da manobra: agora estão falando de impugnar a decisão no STF, por conta da separação das votações. Mas não vejo como impugnar uma parte sem a outra. Quem votou hoje pelo impeachment, votou apenas pelo impeachment, não pelo destaque. Não seria possível presumir a inclusão do destaque na primeira parte da votação de hoje. Assim, se alguém quiser impugnar (como Caiado disse que irá fazer), a decisão do impeachment de Dilma fica anulada e outra sessão deveria ser convocada. É mole?
     Por fim, é óbvio ululante e não há como negar que a decisão de separar as votações de hoje foi inconstitucional. A leitura do art. 52, parágrafo único do texto constitucional não admite nenhuma outra interpretação, a não ser de que o impeachment leva à cassação dos direitos políticos.
     Mas para que Constituição com o Senado que temos? Com os Partidos que temos? Com o STF que temos?
     Hoje finalmente houve um golpe no Brasil. E que belo golpe.
O que o Gabeira diz tem muita consistência  mas temos que considerar que pela constituição nenhum cidadão pode alegar desconhecimento da lei para descumpri- la ... muito menos Senadores da República . Assim quando votaram na segunda votação deviam saber o risco que corriam ... tendo aceito tal risco . ou seja de estar realizando o que a constituição manda sem ficar mal com o PT... mas na verdade condenando na forma da lei  a ré . Lambança , claro ...mas é só o que gostam de fazer ! Outra coisa é que não estavam fazendo nova lei mas exarando sentença baseada em lei existente que no acordão inicial no início do processo entre as várias partes credenciadas em que participou a outra casa do Congresso bi cameral não se falou em fatiamento da sentença e sim na aplicação pura e simples da lei magna na sua forma literal . Bem , ficou claro para todos nós que estamos fora dessa lambança que a culpa restou provada mesmo porque ela detinha o "domínio dos fatos que ocorreram" como demonstrou a credenciada testemunha vista no vídeo a seguir que publico para confirmar o que aqui está dito : 


Vamos sair dessa lambança ! 
Somos uma República e não Monarquia ou Ditadura !






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